Em meio a uma grave crise econômica por causa das sanções ocidentais contra a intervenção militar na ex-república soviética da Ucrânia e da queda nos preços internacionais do petróleo, o presidente Vladimir Putin busca uma maneira de manter sua popularidade. Decidiu, então, controlar o preço da vodca.
Durante uma reunião com governadores regionais e altos funcionários federais, Putin alegou que o encarecimento da vodca leva à fabricação clandestina da droga em alambiques improvisados, com riscos muito maiores à saúde pública do que as bebidas alcoólicas produzidas legalmente.
A Rússia enfrenta sua pior crise desde 1998, quando o preço do petróleo caiu a US$ 10 por causa da Crise da Ásia e o país não teve condições de pagar sua dívida pública, o que provocou a crise do Plano Real e a desvalorização da moeda brasileira em janeiro de 1999.
Putin chegou ao poder em 1999, ao fim de uma década caótica de transição do comunismo para o capitalismo depois do fim da União Soviética, quando os preços do petróleo voltavam a subir. Consolidou o poder com uma promessa de prosperidade e estabilidade.
Como reconheceu Putin, a Rússia não diversificou sua economia e paga por isso, tanto quando a Ucrânia se sente atraída pela União Europeia como quando o preço de seu principal produto de exportação cai.
Sem opções para restaurar o crescimento por força das sanções, o homem-forte do Kremlin pede dois anos para recuperar a economia e, enquanto o petróleo não sobe, congela o preço da vodca. Em 1986, no início de suas reformas, o então secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev, proibiu a vodca para combater o alcoolismo. Nunca mais recuperou sua popularidade.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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