sábado, 20 de dezembro de 2014

EUA e UE proíbem investimentos na Crimeia

Um dia depois da União Europeia, o presidente Barack Obama assinou decreto ontem proibindo investimentos dos Estados Unidos na ex-república autônoma ucraniana da Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia em 17 de março de 2014. O decreto também veta a exportação e a importação de produtos, serviços e tecnologia.

Além disso, o Departamento do Tesouro dos EUA aplicou sanções contra 24 líderes da Rússia e dos rebeldes separatistas ucranianos sustentados pelo Kremlin, suas milícias e as entidades que os apoiam.

O governo russo protestou, alegando que as sanções equivalem a uma "punição coletiva" dos habitantes da Crimeia. A região, de maioria russa, foi doada à Ucrânia em 1954 pelo então secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, o ucraniano Nikita Kruschev, para celebrar os 300 anos de união com a Rússia. Na época, ninguém esperava a dissolução da URSS.

Quando a URSS e suas ex-repúblicas se tornaram independentes em tese, a Rússia herdou as armas nucleares e se comprometeu a garantir a segurança das outras repúblicas. Com a Ucrânia, a questão mais sensível foi a Frota do Mar Negro, baseada em Sebastopol, na Crimeia.

Depois de várias negociações, a Rússia ficou com o direito de usar a base militar até 2042. Foram seus soldados que permitiram a Moscou tomar rapidamente o controle da península da Crimeia depois da queda do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, numa revolta popular, em fevereiro deste ano.

Em 16 de março, em referendo realizado pela Rússia sem qualquer supervisão internacional, a maioria aprovou a anexação da Crimeia à Federação Russa, oficializada no dia seguinte em Moscou pelo presidente Vladimir Putin.

Não satisfeito, Putin fomentou uma revolta separatista no Leste da Ucrânia, onde a maioria da população é étnica e linguisticamente russa.

Desde a anexação da Crimeia, os EUA e a UE adotaram sanções que cobram um alto preço da economia da Rússia, como se vê pela forte desvalorização do rublo, que perdeu a metade do valor nos últimos meses. Com a queda de quase 50% nos preços internacionais do petróleo nos últimos meses, a economia russa enfrenta sua pior crise desde 1998.

Nenhum comentário: