Para tentar conter a queda do rublo, que perdeu 10% do valor e a metade desde o início do ano, o Banco Central da Rússia elevou sua taxa básica de juros de 10,5% para 17% ao ano. É a sexta vez que o BC russo aumenta os juros em 2014 e a maior alta desde 1998, quando o país declarou uma moratória no pagamento das dívidas públicas.
A economia da Rússia sofre por causa das sanções internacionais impostas em retaliação à intervenção militar na ex-república soviética da Ucrânia e da queda nos preços internacionais do petróleo, principal produto de exportação do país.
Até agora, o BC evitava grandes altas de juros para não agravar a recessão causada pelas crises política e econômica. Na sua previsão mais sombria, o banco estimou em 4,5% a 4,7% o recuo do produto interno bruto da Rússia, se os preços internacionais do barril de petróleo ficarem em torno de US$ 60. Neste ano, US$ 134 bilhões devem sair do país; em 2015, a fuga de capital será de US$ 120 bilhões.
"Não é só o petróleo, são as sanções, o risco geopolítico e a inação política das autoridades russas", comentou no jornal inglês Financial Times, o economista Timothy Ash, estrategista de mercados emergentes do Standard Bank, que descreveu o dia como uma Segunda-Feira Vermelha.
A moeda russa encerrou o dia cotada a 64,45 rublos por dólar e 81,35 por euro. Em todo o mundo, é a que mais perdeu valor em 2014.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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