Donatien Alphonse François de Sade (1740-1814) foi um revolucionário profano que abalou não só a literatura como outras artes, inicialmente de maneira clandestina, até se tornar um mito, influenciando escritores e artistas plásticos muito além do seu tempo. Até 25 de janeiro de 2015, o Museu d'Orsay, em Paris, apresenta uma amostra desse impacto do Marquês de Sade, o Divino Marquês.
Sade costumava levar suas ideias às últimas consequências. Estava preso na Bastilha quando a prisão foi atacada, em 14 de julho de 1789, no início da Revolução Francesa.
Sua obra, que inclui títulos como A Filosofia na Alcova ou a Escola da Libertinagem, sensibilizou não só escritores como Gustave Flaubert, Charles Baudelaire e Guillaume Apollinaire, mas também artistas plásticos como Francisco Goya, Edgar Degas, Eugène Delacroix, Auguste Rodin, Paul Cézanne e Pablo Picasso.
Sob a curadoria de Annie le Brun, a exposição reflete a revolução deflagrada pela publicação e representação de seus textos. Sade abandona todas as normas e pressupostos filosóficos, religiosos, ideológicos morais e sociais.
As obras escolhidas retratam a ferocidade do desejo, o extremo, o radical, o bizarro e o monstruoso, o desejo sem censuras, freios e limites, o excesso em busca de uma plenitude inatingível pelo caminho da violência.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Violência do desejo do Marquês de Sade impactou a arte
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