A economia do Japão encolheu mais do que estimado inicialmente no terceiro trimestre de 2014, indicou hoje a segunda estimativa do desempenho do produto interno bruto de julho a setembro deste ano.
Em vez de cair num ritmo de 1,6% ao ano, a terceira maior economia do mundo contraiu-se em 1,9% ao ano ou 0,5% em relação ao trimestre anterior, noticiou o jornal The Wall St. Journal. Como vinha de uma baixa de 6,7% ao ano ou 1,7% na comparação trimestral no segundo trimestre, O Japão está em recessão.
É uma má notícia a apenas seis das das eleições parlamentares antecipadas convocadas pelo primeiro-ministro Shinzo Abe para tentar obter a aprovação popular para suas políticas destinadas a combater a deflação e a estagnação crônicas da economia japonesa, que estão relegando o país a uma posição secundária em relação à China, inimiga histórica.
Com o aumento de 5% para 8% de um imposto de circulação de mercadorias para melhorar as contas públicas, o consumo doméstico desabou, levando a economia à recessão. Uma desvalorização de 50% do iene em relação ao dólar nos últimos oito meses agravou ainda mais a crise na esperança de estimular as exportações. O Japão hoje tem décifit comercial.
Abe tenta ganhar tempo. Aposta que o aumento dos lucros com a exportação vai permitir às empresas japonesas investir mais e pagar melhores salários. Perdeu o apoio da opinião pública. Em pesquisa realizada pelo grupo Nikkei, só 33% defenderam a abeconomia, como é chamada a política econômica do atual primeiro-ministro, enquanto 51% se declararam contrários.
Mesmo assim, por falta de uma oposição bem organizada, o Partido Liberal-Democrata, de Abe, deve obter uma ampla vitória no próximo domingo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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