domingo, 7 de dezembro de 2014

EUA entregam seis presos em Guantânamo ao Uruguai

Num acordo negociado pelo presidente José Mujica, os Estados Unidos entregaram ao Uruguai seis prisioneiros da guerra contra o terrorismo detidos no centro de detenção ilegal de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, confirmou hoje em Washington o Departamento da Defesa.

O grupo é formado por quatro sírios, um palestino e um tunisiano. Eles estavam presos há mais de dez anos sem culpa formada. Foi a maior transferência de presos de Guantânamo desde 2009.

A base militar de Guantânamo, ocupada pelos EUA desde a Guerra da Independência de Cuba, em 1899, foi usada pelo presidente George Walker Bush (2001-9) para criar um limbo jurídico e negar aos presos na luta contra o terrorismo os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra.

Aluns presos, como os acusados pelos atentados de 11 de setembro, foram submetidos a tribunais militares, mas a promessa de campanha de Barack Obama de fechar a prisão ilegal em um ano nunca foi cumprida. No único processo aberto nos EUA contra um preso de Guantânamo, um jovem africano acusado de comprar material para os atentados contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, o juiz desconsiderou 384 provas obtidas ilegalmente à luz da lei nos EUA.

Depois da longa tortura nos trópicos, vários presos de Guantânamo aderiram a grupos extremistas muçulmanos. Assim, Obama nunca teve força política para fechar o centro de detenção. Nem terá com o Congresso dominado pelo Partido Republicano.

A maioria do eleitorado uruguaio é contra receber os presos.

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