O secretário de Estado americano, John Kerry, suspendeu hoje um encontro marcado para amanhã com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Havia a expectativa de um acordo dentro das negociações de paz no Oriente Médio para libertar mais 400 prisioneiros palestinos e congelar a expansão das colônias israelenses nos territórios ocupados.
Kerry desistiu de ir ao quartel-general da ANP, em Ramalá, na Cisjordânia, depois de Abbas anunciar a decisão de aderir a 15 tratados das Nações Unidas. Para evitar o colapso das negociações, os EUA ofereceram a libertação do espião Jonathan Pollard, condenado à prisão perpétua por espionagem para Israel.
Isso significa que o processo de paz está à beira do colapso. Diante da intransigência de Israel na questão das colônias, os palestinos ameaçam abandonar o processo de paz mediado pelos Estados Unidos e tentar obter a independência nacional através do reconhecimento por organizações internacionais.
Em julho de 2013, os palestinos concordaram em não aderir a agências e tratados da ONU em troca da libertação de 104 prisioneiros palestinos. Como os últimos 26 não foram soltos, a ANP declarou sentir-se livre para assinar os documentos.
"Não faço isso contra os EUA, mas não vejo outro caminho à frente", afirmou Abbas em reunião da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). "Não vejo nenhuma razão para não assinar esses acordos, sabendo que estamos a caminho de chegar a um acordo através de negociações e da resistência popular pacífica."
Desde 2012, a Palestina tem o status "observador", mas não é um país-membro da ONU por força do veto dos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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