O novo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, age rapidamente para melhorar as relações com os países vizinhos que ficavam irritados com as visitas de seu antecessor, Junichiro Koizumi, a um santuário xintoísta em Tóquio onde estão enterrados 14 criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial. Abe chega à China no sábado e à Coréia do Sul no domingo, diante da nova crise regional provocada pela ameaça da Coréia do Norte de explodir uma bomba atômica experimental.
Tanto a China quanto o Japão manifestaram desde a posse de Abe, há oito dias, a intenção de melhorar as relações bilaterais. Por causa das visitas de Koizumi ao santuário de Yasukuni, a China nunca concordou em realizar um encontro de cúpula. A rapidez com que a visita foi organizada agora indica que há interesse da China em se aproximar de Abe.
A China é a maior aliada da Coréia do Norte. É o único país com condições reais de influenciar diretamente o regime stalinista de Pionguiangue. A nova crise norte-coreana lhe dá uma chance de melhorar as relações com o Japão.
Afinal, se a Coréia do Norte tornar-se uma potência nuclear, o Japão pode resolver fazer o mesmo. Um Japão nuclearizado não interessa nem à China nem aos Estados Unidos, inimigos do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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