Os Estados Unidos devem apresentar hoje ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução propondo sanções ainda mais duras contra a Coréia do Norte, que anunciou na segunda-feira ter realizado uma explosão nuclear.
A proposta anterior, que circulava desde segunda-feira como um anteprojeto entre os membros do Conselho de Segurança, proibia o comércio de materiais e equipamentos para a produção de armas de destruição em massa e de sistemas de mísseis para transportá-las, assim como operações para financiar seu desenvolvimento.
A nova proposta deve ser ainda mais dura. O governo americano gostaria de impor um verdadeiro bloqueio naval para evitar a entrada e saída de tecnologias e materiais sensíveis da Coréia do Norte. Mas dificilmente a China aceitaria uma medida tão dura.
Para o regime stalinista norte-coreano, a imposição de sanções punitivas pelo Conselho de Segurança da ONU já é um ato de guerra. O vice-presidente norte-coreano, Kim Yong Nam, disse ontem que a realização de novos testes nucleares "depende da política do governo americano".
Claramente, é uma chantagem nuclear. Um regime decadente que oprime uma população empobrecida e miserável de 23 milhões, incapaz de alimentar seu próprio povo, apela para as armas atômicas como cartada para participar do jogo de poder.
O embaixador dos EUA na ONU, o linha-dura John Bolton, espera que a resolução seja aprovada em 24 horas. Tem o apoio aberto do Japão, que também quer enviar um sinal claro a Pionguiangue de que sua conduta será punida.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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