sexta-feira, 20 de outubro de 2006

China e EUA pressionam Coréia do Norte

Durante a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a Beijim, os Estados Unidos e a China pressionam a Coréia do Norte a voltar às negociações sobre seu programa nuclear, e pediram a implementação total da Resolução 1.718 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que impõe um embargo ao comércio de armas e equipamentos militares, além de outras sanções comerciais e financeiras.

Sob intensa pressão chinesa, o regime stalinista norte-coreano teria desistido de realizar novos testes nucleares, depois de sua primeira experiência, em 9 de outubro. A China é considerado o único país capaz de influenciar o governo de Pionguiangue. Mas não conseguiu persuadi-lo a não fazer a bomba, o que contraria os interesses chineses, já que pode levar à nuclearização do Japão.

Agora, os bancos chineses teriam suspendido das operações com a Coréia do Norte, e o presidente Hu Jintao teria mandado um recado diretamente ao líder norte-coreano, Kim Jong Il, que suspendeu o segundo teste nuclear, informou uma agência de notícias sul-coreana.

Nesta viagem ao Leste da Ásia, Condoleezza Rice tenta dar garantias de segurança a aliados como o Japão e a Coréia do Norte, para que não entrem numa corrida nuclear com a Coréia do Norte e assegurar a aplicação das punições impostas pela ONU. Uma coisa complementa a outra, já que o regime de sanções supostamente conteria o desenvolvimento nuclear norte-coreano, desestimulando os países vizinhos a fazer a bomba atômica.

O problema é que as sanções impostas pela ONU incluem a revista de navios que entrem ou saiam de portos norte-coreanos. Para sua total implementação, seria necessário um bloqueio naval à Coréia do Norte como os EUA fizeram com Cuba durante a crise dos mísseis, de 14 a 27 de outubro de 1962. Na época, os americanos não chegaram a interceptar nenhum navio soviético.

Este tipo de operação naval pode ser considerado um ato de guerra. A Coréia do Norte já advertiu que a Resolução 1.718 é uma declaração de guerra. Nem a China nem a Coréia do Sul, que teriam de aplicar a medida conjuntamente com os EUA, tem interesse em pressionar demais o regime comunista norte-coreano, que estaria à beira do colapso, mergulhado numa profunda crise econômica que provocou fome e milhões de mortes.

Não interessa a ninguém o colapso imediato de um regime ultrafechado, sinistro, paranóico e agora capaz de realizar explosões atômicas.

Há cerca de um ano, a Coréia do Norte abandonou as negociações com os EUA, a Coréia do Sul, a Rússia, a China e o Japão, em protesto porque o governo americano lhe impôs sanções financeiras pela suspeita de que o regime de Pionguiangue estava falsificando dólares.

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