Diante do fracasso na tentativa de conter a violência em Bagdá, os Estados Unidos estão reexaminando sua estratégia para a guerra no Iraque. O general John Abizaid está indo neste momento para uma reunião de emergência com o presidente George Walker Bush, e o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, dará entrevista coletiva no Pentágono daqui a meia hora, às 14h30, hora de Brasília, ao lado do ministro da Defesa da Coréia do Sul. Mas a questão iraquiana será inevitável.
Com o aumento do número de mortes de soldados americanos, pelo menos 72 até agora neste mês, cresce a pressão doméstica sobre o presidente, que corre o risco de perder a maioria na Câmara e no Senado nas eleições de 7 de novembro. Os próprios candidatos republicanos estão tentando se desvincular da imagem do presidente, tamanha é a impopularidade da guerra.
No campo de batalha, a realidade é que colocar mais soldados americanos em Bagdá e arredores só aumentou a vulnerabilidade das tropas invasores, que se tornaram alvos prioritários. A ação das milícias é cada vez mais violenta, a julgar pelo número de mortos e pelo estado em que se encontram os cadáveres, com evidentes sinais de tortura.
Se a ação de milícias como o Exército Mehdi, do aiatolá rebelde Muktada al-Sader, não for confrontada, a expectativa de controle da violência é mínimo. Além de agir com ampla liberdade, as milícias ainda estão cooptando os policiais que trabalham na sua área de atuação. O Exército Mehdi é acusado pela maioria das atrocidades cometidas contra sunitas na capital iraquiana.
Neste momento, o Exército Mehdi enfrenta outra milícia xiita numa batalha feroz pelo controle de Amarah. Esta cidade estava sob o comando de tropas britânicas até agosto. Desde então, milicianos matam quem vende bebidas alcoólicas e mulheres que acusam de "comportamento imoral".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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