A maior economia do mundo cresceu a uma taxa anual de apenas 1,6% no terceiro trimestre do ano, por causa da contração no mercado imobiliário e do aumento do déficit comercial. O mercado esperava 2%. Foi o menor índice em três anos, desde o primeiro trimestre de 2003. O produto interno bruto dos Estados Unidos chegou a US$ 13,3 trilhões.
Os analistas esperam que este número seja revisado para cima mas já questionam se o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, não exagerou na dose ao aumentar a taxa básica de juros 17 vezes consecutivas, de 1% para 5,25% ao ano.
No segundo trimestre, a economia americana crescera a uma taxa anual de 2,6% e, no primeiro, de impressionantes 5,6%. No ano passado, o crescimento foi de 2,9%, índice mais baixo em três anos. Isto indica claramente uma desaceleração, o que diminui a possibilidade de novo aumento nas taxas de juros. Mas a inflação anual está em 2,5% e a meta do Fed é 1% a 2%.
O investimento no setor habitacional caiu 17,4% no terceiro trimestre, a maior queda desde 1991, o que reduziu em 1,12 ponto percentual a taxa de crescimento no período.
Já o consumo privado cresceu 3,2%, acima dos 2,6% do trimestre anterior. E a confiança do consumidor, medida pela Universidade de Michigan, aumentou de 85,4 para 93,6. Isto revela uma perspectiva mais otimista quanto ao futuro.
Os gastos das empresas cresceram 8,6%. Os investimentos das empresas em infra-estrutura aumentaram 14% e em software e equipamentos, 6,4%.
As exportações cresceram 6,5% e as importações, 7,8%, o que aponta para um aumento no colossal déficit comercial americano, que deve passar de US$ 800 bilhões este ano. Mas também indica que a economia está longe de uma recessão.
"O setor habitacional pesou realmente no crescimento econômico neste verão [no Hemisfério Norte] esmagou o consumo sólido e os investimentos das empresas", observou Joel Naroff, presidente da Naroff Economic Advisors, prevendo que a queda no crescimento do produto interno bruto não levará a uma recessão. "A economia não está realmente fraca quando os consumidores estão comprando, as empresas estão investindo, as exportações estão crescendo e as importações continuam fortes".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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