O homem mais rico do Equador e um economista aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disputam o segundo turno da eleição presidencial equatoriana em 26 de novembro.
As pesquisas de boca de urna dão ligeira vantagem ao magnata da banana Álvaro Noboa. Ele teria recebido 28,2% dos votos, superando o ex-ministro das Finanças Rafael Correa, que teria 27,2%, e o ex-vice-presidente León Roldós, de centro-esquerda, com 14,3%.
Correa ameaça fechar a base americana de Mantua, suspender definitivamente as negociações de um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, decretar uma moratória da dívida externa e taxar pesadamente as atividades de companhias petrolíferas estrangeiras, inclusive a Petrobrás.
Noboa, por sua vez, é radicalmente antichavista. Com 110 empresas e uma fortuna estimada em US$ 1,2 bilhão, é acusado de representar a elite de origem européia e de não ter sensibilidade para os graves problemas sociais de um país de 13 milhões de habitantes, sendo 25% índios e 55% mestiços.
Ao receber os primeiros resultados, Correa denunciou fraude, alegando ter uma pesquisa indicando que ele venceria com mais de 40% dos votos. Pela lei equatoriana, a eleição é decidida no primeiro turno quando um candidato consegue mais da metade dos votos válidos ou 40%, com vantagem de pelo menos dez pontos percentuais sobre o segundo colocado.
A atitude de Correa revela uma tendência a rejeitar uma possível derrota alegando fraude, como aconteceu com o esquerdista Andrés Manuel López Obrador depois da eleição presidencial de 2 de julho no México, onde não há segundo turno.
É mais um país sul-americano dividido com um candidato populista fazendo um discurso antiliberal, anticapitalista, nacionalista, populista e estatizante, na contramão da globalização econômica, enquanto as elites tradicionais não encontram soluções para os problemas crônicos do subdesenvolvimento econômico e da exclusão social.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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