quarta-feira, 1 de junho de 2016

Hollande tem só 14% em pesquisa sobre eleição de 2017 na França

O presidente François Hollande larga mal na luta pela reeleição na França. Em sondagem feita pelo Centro de Pesquisas Políticas da Sciences Po, a faculdade de ciências políticas e sociais de Paris, Hollande tem a preferência de apenas 14% do eleitorado contra 41% para o ex-primeiro-ministro conservador Alain Juppé e 28% para a candidata da extrema direita, Marine Le Pen.

Com estes números, Hollande seria eliminado no primeiro turno da eleição presidencial, em 23 de abril de 2017. Não chegaria ao segundo turno, em 7 de maio, a exemplo do que aconteceu em 21 de abril de 2002, quando o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin teve 16,11% dos votos e perdeu a vaga no segundo turno para o neofascista Jean-Marie Le Pen, pai de Marine, que conquistou 16,86% dos votos. O presidente Jacques Chirac foi reeleito no segundo turno.

Só 4% dos franceses estão "muito satisfeitos" com o atual presidente. Apesar de uma aceleração do crescimento para 0,6% no primeiro trimestre do ano e de uma pequena queda no desemprego por dois meses consecutivos, 53% dos franceses não estão "nada satisfeitos" com Hollande.

O fantasma de um novo 21 de abril assombra o Partido Socialista. A pesquisa eleitoral reflete a impopularidade de Hollande. Sua aprovação caiu a 13%, a pior de um presidente francês até hoje.

Se o candidato do partido de centro-direita Os Republicanos for o ex-presidente Nicolas Sarkozy, teria 27%. Poderia ficar atrás de Marine Le Pen, que aparece com 28% sejam quem forem os adversários.

Os atentados terroristas de janeiro e novembro de 2015 em Paris criaram um sentimento de união nacional em torno do presidente. Mas a atual onda de greves contra a reforma trabalhista, que atinge sobretudo os setores de transportes e energia, desgasta ainda mais o PS.

Sob pressão da globalização e do desemprego elevado, a nova lei trabalhista facilita as demissões. Na prática, poucos franceses conseguem hoje um contrato de prazo indeterminado (CDI). As empresas só querem fazer contratos de prazo determinado (CDD) por causa das dificuldades para demitir.

É um sistema que dá muitas garantias a quem está empregado, mas dificulta o acesso ao mercado de trabalho, especialmente dos jovens. Com desemprego acima de 10%, muito acima da Alemanha e do Reino Unido, o governo socialista do primeiro-ministro Manuel Valls decidiu flexibilizar a lei trabalhista.

A maior central sindical, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), e a trotskista Luta Operária (LO) lideram os protestos que paralisaram refinarias, usinas nucleares, ferrovias e aeroportos. A greve ameaça a Euro 2016, a copa europeia de seleções, marcada para começar em 10 de junho.

Hollande prometeu não ceder. Valls admite negociar, mas não os pontos centrais da reforma. A CGT e a LO exigem a retirada do projeto de lei, aprovado por uma manobra constitucional do primeiro-ministro Valls, sem votação na Assembleia Nacional.

Além disso, o governo dos Estados Unidos fez um alerta a cidadãos americanos sobre o risco de atentados terroristas na Europa, especialmente na França durante a Euro 2016.

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