Mais de 50 diplomatas do Departamento de Estado assinaram um memorando interno defendendo bombardeios dos Estados Unidos para derrubar a ditadura de Bachar Assad, responsável pela guerra civil na Síria, revelaram hoje a agência Reuters e o jornal The Wall Street Journal.
O documento circulou por um canal paralelo em que os funcionários da diplomacia americana expressam visões alternativas à política externa oficial dos EUA. De qualquer forma, um número tão grande de assinaturas é incomum, observou o ex-embaixador na Síria Robert Ford. O secretário de Estado, John Kerry, alegou não ter lido o documento, mas o considerou significativo.
A intervenção militar direta dos EUA contra Assad seria necessária por causa da violação de repetidos acordos de cessar-fogo e do aparente desinteresse do regime sírio de fazer quaisquer concessões nas negociações de paz.
Desde sua primeira campanha à Casa Branca, em 2008, o presidente Barack Obama prometeu retirar os EUA do Iraque e do Afeganistão. No poder, sempre relutou em envolver o país em novos conflitos no Oriente Médio.
Quando o regime sírio atacou rebeldes com armas químicas, matando mais de 1,4 mil pessoas, em agosto de 2013, Obama não cumpriu a ameaça de bombardear as forças de Assad, frustrando os planos da França, que não quis agir sozinha.
Desde 30 de setembro de 2015, a Rússia intervém militarmente na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de Assad. Uma intervenção dos EUA agora traria um risco de confronto direto com a Rússia, que junto com o Irã sustenta o regime sírio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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