quarta-feira, 8 de junho de 2016

Banco Mundial reduz previsão de crescimento para 2016

O Banco Mundial reduziu hoje para baixo sua previsão para o crescimento da economia mundial em 2016, de 2,9% para 2,4%, por causa da queda nos preços das matérias-primas, do esfriamento da demanda nos países ricos, da fraqueza do comércio internacional e da diminuição dos fluxos de capital.

"A economia mundial está sujeita a sérios riscos", adverte um relatório semestral Prospectos para a Economia Mundial citando ameaças geopolíticas e a volatilidade financeira. A expectativa para 2017 foi cortada em 0,3 ponto percentual para 2,8%.

Na análise do banco, um problema central é a queda nos preços das matérias-primas, principais fontes de renda dos países em desenvolvimento: "Os mercados emergentes e os países em desenvolvimento exportadores de produtos primários não conseguiram se adaptar à fraqueza nos preços do petróleo e de outros produtos essenciais."

Os países emergentes devem crescer 3,5%, com destaque para a Índia (7,6%) e a China (6,7%). Já o Brasil e a Rússia terão recessões mais profundas do que previsto anteriormente pelo Banco Mundial. A previsão para os Estados Unidos foi reduzida em 0,8 ponto percentual para 1,9%.

Para o Brasil, a expectativa é de -4% (-1,5 em relação à previsão anterior, seis meses atrás) em 2016, -0,2% (-1,6) em 2017 e 0,8% (-0,7) em 2018.

"Em 2015, a América Latina e o Caribe viram sua primeira contração desde a crise financeira. Em 2016, esta recessão deve se aprofundar. O produto interno bruto regional deve declinar 1,3% em 2016 depois de encolher 0,7%. Mas há uma grande heterogeneidade entre suas três sub-regiões", observa o relatório.

"Na América do Sul, grande exportadora de petróleo e metais, que estão em baixa, a incerteza política, a crescente aversão global ao risco e políticas de juros altos contribuíram para a contração da atividade econômica em 2015", acrescenta o Banco Mundial.

"No Brasil, a maior economia da América Latina e do Caribe, o PIB encolheu cerca de 3,8% em 2015 na pior recessão em décadas. A confiança do investidor desabou em parte devido às incertezas cercando as investigações da Lava Jato e o processo de impeachment contra a presidente.

"A depreciação substancial do real em relação ao dólar de mais de 30% em 2015 e a remoção dos subsídios à energia elevaram a inflação para cerca de 10%. Para reancorar as expectativas de inflação, o Banco Central mantém uma política monetária apertada apesar da queda na produção, e a expectativa é que daqui a um a inflação volte para a banda de flutuação da meta.

"A inflação elevada e o aumento do desemprego erodiram a renda real e pesaram sobre o consumo doméstico, enquanto o investimento em capital fixo está em declínio acentuado desde 2014", concluem os analistas do banco.

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