Com execuções em massa e escravidão sexual, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante cometeu genocídio contra o povo yazidi no Iraque e na Síria, concluiu uma investigação das Nações Unidas, informou hoje a agência Reuters.
O relatório Eles Vieram para Destruir: os crimes do EIIL contra os yazidis descreve como a milícia tentou acabar com um povo que considera adorador do demônio por seguir o zoroastrismo, uma antiga religião.
"O genocídio aconteceu e está em andamento", declarou o sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria. "O Estado Islâmico submeteu toda mulher, criança ou homem yazidi que capturou às mais horríveis atrocidades
A investigação descobriu dezenas de covas rasas e relatos sobre milhares de mulheres yazidis escravizadas sexualmente pelos terroristas depois do ataque à cidade de Sinjar, no Norte do Iraque, em 3 de agosto de 2014. Entre 2 e 5 mil homens foram mortos no Massacre de Sinjar.
Quando os jihadistas cercaram 40 mil yazidis no Monte Sinjar, o presidente Barack Obama primeira ação militar direta dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, em 8 de agosto de 2014. A Força Aérea dos EUA levou ajuda humanitária e bombardeou a milícia para romper o cerco.
"O Estado Islâmico tentou eliminar os yazidis através de matanças; escravidão sexual, escravidão, tortura, tratamento degradante e desumano e transferências forçadas causando sérios danos físicos e mentais; infligiu condições de vida para levar a uma morte lenta; impôs medidas para impedir o nascimento de crianças yazidis, inclusive a conversão forçada de adultos e a separação de homens e mulheres yazidis; e a transferência do controle das crianças das famílias yazidis para guerreiros do EI para afastá-las das crenças e práticas de sua própria comunidade religiosa", afirmou o relatório.
Sob pressão em várias frentes, o Estado Islâmico perdeu 40% dos territórios que ocupava no Iraque e 25% na Síria. Apela cada vez mais ao terrorismo, mas, na análise da Agência Central de Informações (CIA) dos EUA, com 22 mil homens em armas, ainda é uma força militar considerável.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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