O pior massacre com armas de fogo da história recente dos Estados Unidos pesa a favor do candidato do Partido Republicano à Presidência, o magnata imobiliário Donald Trump, previu o ex-embaixador israelense em Washington Michael Oren, hoje deputado da Knesset, o Parlamento de Israel.
"Se o motivo fosse o ódio contra a comunidade LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros], Hillary Clinton seria beneficiada. Mas como parece que o motivo foi o jihadismo islâmico, favorece Donald Trump. Ele sai grandemente fortalecido", afirmou Oren, ao comentar o ataque a uma discoteca gay em Orlando, na Flórida, em que 50 pessoas morreram.
Oren acredita mesmo que o bilionário não está aproveitando a oportunidade: "Se eu fosse Trump, teria falado a partir do minuto em que o FBI indicou que se trata de um rapaz que estava operando com motivações islâmicas...
"Seu próprio nome, Mir Seddique, um nome muçulmano, filho de imigrantes afegãos que aparentemente mantinham ligações com algum tipo de organizações extremistas islâmicas, pode influenciar muito a corrida presidencial", previu.
O embaixador notou uma certa hesitação da candidata democrata, "sentada em cima do muro" e "muito cuidadosa", "condenando, mas hesitando quanto ao que condenar" e voltando a questão para o controle de armas.
Durante a campanha das eleições primárias, Trump chegou a defender a proibição da entrada de muçulmanos nos EUA "até entendermos por que eles nos odeiam". Como sempre, promete soluções simples, autoritárias e no caso ilegais. A Primeira Emenda à Constituição dos EUA garante a liberdade religiosa.
Trump acusa Hillary e o presidente Barack Obama de não usarem as expressões terrorismo ou extremismo muçulmano. Os líderes do Partido Democrata relutam em associar o terrorismo à religião, preferindo interpretá-los como uma distorção. O candidato republicano denuncia esse discurso como conivência com o extremismo e negação de qualquer vínculo com o Islã.
Outra previsão de Oren é que Orlando será afetada: "Orlando não é San Bernardino, um subúrbio que ninguém conhecia. Orlando é uma cidade famosa, sede do Disney World", a atração turística mais visitada do mundo. "Haverá cancelamentos de dezenas de milhares de americanos. Ao ouvir falar de Orlando, vão achar que é perigoso
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Os norte-americanos entrarão em um novo movimento; sairá o controle de armas e entrará o porte velado de armas. Depois dessa, os candidatos já perceberam que a comunidade lgbts será um enorme mercado para a indústria de armas norte-americanas. não haverá redução de armas.
Como o direito de ter e portar armas está garantido pela Emenda nº 2 à Constituição dos EUA, pode haver uma fiscalização maior na venda, como investigação de antecedentes criminais e possíveis problemas mentais dos compradores. A primeira reação à expectativa de um maior controle de armas é a venda de grande quantidade de armas antes que possam ser proibidas.
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