terça-feira, 7 de junho de 2016

Analistas consideram irreversível vantagem de Kuczynski no Peru

Com 97,1% das urnas apuradas, o segundo turno da eleição presidencial do Peru permanece indefinido, mas analistas já consideram irreversível a vantagem do ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuczynski sobre a ex-deputada Keiko Fujimori.

Na última contagem parcial do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE), Kuczynski, um economista liberal em economia e conservador politicamente, soma 50,14% dos votos válidos. A ex-deputada e filha do ex-ditador Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra os direitos humanos, tem 49,86%.

A vantagem caiu para apenas 0,28%. Na madrugada, com 95,86% das urnas escrutinadas, a diferença era de 0,36%. Mas analistas citados pelo jornal peruano La República consideram o resultado irreversível, como Jorge Nieto: "Teriam de haver coisas muito incomuns, e não estou falando de manipulação de votos, mas de mesas com 200 votos em que Keiko Fujimori tenha todos, e isso é muito improvável."

Keiko contava com os votos do interior, do "Peru profundo", para reverter a vantagem de Kuczynski. Não devem ser suficientes, raciocinou Nieto: "Faltam chegar os votos do exterior, que são os últimos que chegam e, pelo que se antecipou, a vitória de Kuczynski foi folgada. De modo que não vejo nenhum indício de que seja superado por Fujimori."

Na sua opinião, a esperança dos fujimoristas é "um ato de fé": "No horizonte da razão, a eleição já está definida."

O ex-vice-ministro da Interculturalidade, Iván Lanegra, também não vê possibilidade de mudança da tendência atual. A reação de Keiko seria resultado da entrada das atas eleitorais do Norte do Peru, onde ela ganhou. "Todo o Norte, onde a vantagem é maior, já está praticamente em 100%."

Em regiões onde o ex-primeiro-ministro ganha bem, como na província de Huancavelica, a contagem ainda está em 75%. "Também falta o voto do exterior, em que até onde sabemos Kuczynski tem uma pequena vantagem. Finalmente, Lima e Callao, que têm grandes bolsões de votos [fujimoristas], já estão em 100%", observou o ex-ministro.

Com tão poucos votos a contar, a vitória do líder da aliança Peruanos pela Mudança (PKK, as iniciais do candidato) estaria assegurada.

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