Depois de liderar a campanha para sair da União Europeia, que ameaça destruir o Reino Unido, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson anunciou hoje que não tem apoio suficiente para disputar a liderança do Partido Conservador e se tornar o próximo primeiro-ministro britânico.
Os principais nomes a apresentar suas candidaturas hoje foram a ministra do Interior, Theresa May, nova favorita, e o ministro da Justiça, Michael Gove. Horas antes da desistência de Johnson, Gove anunciou sua candidatura alegando que o ex-prefeito não tem condições de liderar o processo de saída da UE.
Mas Gove começa mal. Foi o maior aliado de Johnson, hoje uma das pessoas mais odiadas do Reino Unido, dentro da campanha para deixar a UE. Deu uma facada nas costas de Johnson.
Theresa May é eurocética, mas não entrou na campanha num gesto de lealdade ao primeiro-ministro David Cameron, que convocou o plebiscito mas defendeu a permanência no bloco europeu. Sua lealdade pode ser decisiva. Gove herda o repúdio a Johnson e o estigma da traição.
Há uma tradição no Partido Conservador britânico. Quem mata o rei não ascende ao trono. Michael Heseltine derrubou Margaret Thatcher em 1990. A liderança do partido e do governo ficou com John Major.
Boris Johnson traiu o primeiro-ministro David Cameron, seu ex-colega de segundo grau no Eton College, a escola da aristocracia britânica. Michael Gove traiu Johnson. A favorita é Theresa May, que foi leal a Cameron.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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