sexta-feira, 24 de junho de 2016

Primeiro-ministro David Cameron renuncia diante da derrota

Em pronunciamento na residência oficial de 10 Downing Street, o primeiro-ministro David Cameron declara neste momento que não será o chefe de governo que vai negociar a saída do Reino Unido da União Europeia.

Sua preocupação imediata é acalmar os mercados financeiros. As bolsas de valores abriram em forte queda em Londres (-7%), Paris (-8%) e Frankfurt (-10%). A maior queda é em Madri (-12%) por causa do impacto que pode ter sobre os movimentos nacionalistas da Catalunha e do País Basco, que reivindicam a convocação de plebiscitos sobre a independência.

Até a "próxima convenção do Partido Conservador, em outubro, o país deverá ter um novo primeiro-ministro", anunciou Cameron, indicando que não haverá eleições gerais, apenas uma votação interna no partido do governo.

Grande vencedor das eleições parlamentares do ano passado, quando conquistou maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico para o Partido Conservador pela primeira vez desde 1992, Cameron é o grande derrotado hoje.

O favorito para assumir a liderança do Partido Conservador e a chefia do governo é o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, um oportunista que não era considerado partidário de sair da UE. O ministro da Justiça, Michael Gove, também deve ser nome de destaque no governo do Brexit (Britain exit, saída da Grã-Bretanha).

Já o presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk, declarou que não é o momento para "reações histéricas": "Falei com os chefes de Estado e de governo dos outros 27 países. Estamos preparados para este momento, prontos para manter a união."

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