Em discurso em Monessen, no estado de Pensilvânia, decisivo na disputa pela Presidência dos Estados Unidos, o pré-candidato republicano Donald Trump prometeu recuperar a base industrial do país rejeitando a Parceria Transpacífica (TTP), saindo do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e denunciando a China como manipulador da moeda.
Como Ohio, outro estado decisivo na corrida para a Casa Branca porque pode ser vencido por qualquer um dos grandes partidos, a Pensilvânia tem áreas deprimidas pela desindustrialização e o impacto da globalização.
Trump atacou a TPP, que a pré-candidata democrata Hillary Clinton defendia como secretária de Estado no primeiro governo Barack Obama, alegando que ela mudou de posição por causa dele, quando na verdade foi maior a pressão do aspirante democrata Bernie Sanders, um senador declaramente socialista. Citou os baixos salários do Vietnã como ameaça aos trabalhadores americanos.
Depois de prometer erguer um muro na fronteira com o México para impedir a imigração ilegal, Trump quer também acabar com o Nafta, outra tirada demagógica. Mesmo que empresas americanas não instalem suas fábricas no México ou no Vietnã, para manterem a competitividade precisam produzir em países de custo mais baixo.
Quanto à China, Trump ameaça iniciar uma verdadeira guerra comercial acusando o país de manipular o câmbio. Quer usar a arrogância imperial para forçar o regime comunista chinês a mudar as relações comerciais. É provável que nem acredite nisso, mas usa o discurso para enganar os trouxas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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