Com 99% das urnas apuradas, o ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuczynski está praticamente eleito presidente do Peru. Ele tem 50,164% dos votos contra 49,836% da ex-deputada Keiko Fujimori. A diferença aumentou em relação à parcial anterior.
Aos 77 anos, Kuczynski será o presidente mais velho da história peruana. É filho do médico judeu alemão Maxime Kuczynski, que fugiu com a ascensão do nazismo, com a professora de literatura franco-suíca Madeleine Godard, tia do cineasta Jean-Luc Godard. E casado com Nancy Ann Lange, prima da atriz Jessica Lange.
Conservador politicamente e liberal em economia, Kuczynski fez campanha prometendo acelerar o crescimento e defender a democracia contra uma suposta ameaça autoritária representada pela volta do fujimorismo. Teve o apoio do escritor Mario Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, derrotado por Alberto Fujimori, pai de Keiko, em 1990.
A economia do Peru foi a que mais cresceu nos últimos anos na América do Sul. Em 2008, chegou ao pico de 9,1%. Apesar da crise mundial, evitou a recessão em 2009, avançando 1% para se expandir 8,5% em 2010, 6,5% em 2011, 6% em 2012, 5,8% em 2013, 2,4% em 2014 e 3,3% em 2015.
Keiko Fujimori, de 41 anos, perde pela segunda vez. Em 2011, foi derrotada no segundo turno pelo atual presidente Ollanta Humala. É herdeira política do pai, que está preso e condenado a 25 anos de cadeia por corrupção e crimes contra os direitos humanos, inclusive sequestro, tortura e assassinatos políticos.
Como acabou com a hiperinflação e com o terrorismo do grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso, Alberto Fujimori ainda tem popularidade, especialmente nas aldeias indígenas do interior. Keiko confiava no "Peru profundo" para uma virada na reta final da contagem. O aumento da vantagem de Kuczynski indica que entraram os votos do exterior, onde o ex-primeiro-ministro teria ganho.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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