A morte do jovem negro Freddie Gray, em 19 de abril de 2015, na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos, foi declarada um homicídio. Seis policiais foram denunciados pelo crime, anunciou hoje promotora do estado de Maryland Marilyn Mosby ao fazer hoje um balanço das investigações, noticiou o jornal digital The Huffington Post. Cinco estão presos.
Gray, de 25 anos, filho de uma viciada em heroína, nunca trabalhou. Já havia sido detido 22 vezes por posse de drogas e pequenos furtos. Em 12 de abril, ele foi preso ilegalmente numa esquina da Zona Oeste de Baltimore. Tinha uma faca de um tipo que não é proibido pela lei.
Ele morreu uma semana depois de múltiplas lesões na coluna. Antes de ser levado para a delegacia, a caminhonete da polícia parou em vários lugares, adiando o atendimento médico que o preso precisava.
Quatro policiais foram acusados de homicídio culposo, sem a intenção de matar, por imperícia, imprudência ou negligência, com pena máxima de 10 anos de prisão. Só o motorista Caesar Goodson Jr. foi denunciado por homicídio em segundo grau porque poderia ter parado a viatura num hospital ou posto de saúde para dar assistência ao preso. Todos foram acusados por agressão e dois por prisão ilegal.
O homicídio em segundo grau pode ser caracterizado por morte intencional não planejada nem premeditada ou por conduta perigosa ou desprezo pela vida humana que levem à morte.
A morte de Gray faz parte de uma longa lista de negros inocentes mortos pela polícia nos EUA que provocou uma onda de protestos em várias cidades e um debate sobre o racismo institucionalizado das polícias muncipais e estaduais.
Para lembrar alguns casos, Michael Brown foi morto em agosto de 2014 com um tiro em Ferguson, no estado do Missouri. Em Nova York, Eric Garner, que vendia cigarros avulsos na rua ilegalmente, foi sufocado e morto pelo golpe imobilizante conhecido como gravata. Em Charleston do Norte, na Carolina do Norte, no início do mês passado, um policial deu oito tiros pelas costas em Walter Scott.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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