sexta-feira, 3 de abril de 2015

Israel exige reconhecimento pelo Irã para aceitar acordo

Numa tentativa de obter garantias de segurança para Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exigiu dos Estados Unidos que um acordo definitivo para desarmar o programa nuclear do Irã inclua uma cláusula obrigando a república islâmica a reconhecer o direito de existência de Israel.

Durante uma conversa telefônica tensa com o presidente Barack Obama ontem à noite, Netanyahu exigiu que o Irã reconheça o direito de existência de Israel. Obama rejeitou a proposta, alegando que não se deve misturar a questão com o acordo nuclear.

Em troca, o regime fundamentalista iraniano poderia pedir o reconhecimento do direito do povo palestino a um Estado Nacional nos territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, ocupados por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, destravando o processo de paz no Oriente Médio.

Há três dias, a Rádio Israel noticiou que o comandante da milícia Bassij, braço paramilitar da Guarda Revolucionária Iraniana, Mohamed Reza Nakdi, afirmou que "apagar Israel do mapa é uma questão inegociável". Em 2014, ele revelou planos para armar os palestinos da Cisjordânia e ampliar a frente de combate contra Israel, que na época enfrentava o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza.

"Israel não vai aceitar um acordo que permita a um país que pede a sua destruição adquira armas nucleares", declarou hoje o primeiro-ministro linha-dura. Há um mês, Netanyahu tentou bombardear o acordo em discurso no Congresso dos EUA.

O primeiro-ministro insiste em que é um "mau acordo", "um perigo para a região e o mundo, e uma ameaça à segurança de Israel", condenado unanimemente pelo seu governo.

Uma das preocupações israelenses é o que vai acontecer depois do fim dos prazos previstos no acordo: "Dentro de anos, o acordo vai levantar todas as restrições ao programa nuclear do Irã."

Esses prazos vão de 10 a 15 anos. A vigilância sobre as instalações nucleares iranianas e a infraestrutura de apoio vai durar 20 a 25 anos.

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