A economia da Índia, um dos países que mais crescem no mundo, deve se expandir num nível recorde de 9,2% no ano fiscal que termina em 31 de maio, um pouco acima dos 9% do ano anterior, revelou hoje em Nova Déli a Organização Central de Estatísticas. O principal índice da Bolsa de Valores de Mumbai (ex-Bombaim) subiu 44% nos últimos 12 meses.
O maior crescimento do crédito em três décadas, de 30% ao ano nos últimos três anos, e os aumentos salariais reais de 7%, em média, aumentam a demanda por automóveis, eletrodomésticos, telefones celulares e outros bens de consumo associados à classe média. Este crescimento do consumo impulsiona a indústria, que cresceu 11,3% em um ano, um recorde para o país. Os serviços financeiros cresceram 11,1%, e os transportes e comunicações, 13%.
Pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional, a Índia deve superar a Coréia do Sul, tornando-se a terceira maior economia da Ásia, depois do Japão e da China.
A expansão da economia indiana, de US$ 854 bilhões, está sendo alimentada por uma alta taxa de poupança interna (32,4% do PIB), gastos em estradas, portos e outras obras de infra-estrutura, e investimentos externos diretos. A taxa de investimentos é de 33,4%.
"A fase de decolagem do desenvolvimento econômico há muito é associada com taxas de investimento e poupança acima de 30% do PIB", observou Stephen Roach, analista sênior do banco de investimentos Morgan Stanley conhecido por suas opiniões pessimistas. "A Índia está em movimento e pode bem ser uma das mais excepcionais histórias de desenvolvimento econômico dos próximos três a cinco anos".
O governo do primeiro-ministro Manmohan Singh planeja investimentos de US$ 320 bilhões até 2012 para melhorar a infra-estrutura, criar um ambiente favorável a investimentos privados, gerar empregos e manter o crescimento numa taxa de 9% ao ano. A China cresceu 10,7% em 2006, acima do esperado, causando temores de aumento da inflação.
Na Índia, a inflação anual subiu para 6,11% ao ano. Desde setembro, está acima dos 5% considerados ideais pelo banco central. Na semana passada, pela primeira vez em 14 anos, a economia indiana ganhou avaliação de grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's por causa das perspectivas favoráveis. O Brasil sonha com isso há anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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