O Irã rejeitou ontem o ultimato da Organização das Nações Unidas para suspender seu programa nuclear e o enriquecimento de urânio. Há dois dias, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que o país tinha conseguido enriquecer urânio a 3,5%. Este teor permite utilizá-lo como combustível nuclear em usinas de geração de energia mas não fabricar bombas atômicas.
A declaração foi vista como mais um desafio à sociedade internacional. Ontem, Mohammed elBaradei, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU, esteve em Teerã negociando com o regime fundamentalista iraniano. Recebeu um não e pediu mais tempo para tentar uma solução diplomática.
O Irã insiste em que tem o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos. Mas os Estados Unidos e a União Européia duvidam das reais intenções, já que o país tem uma das maiores reservas mundiais de petróleo. Não precisaria de usinas nucleares para gerar energia.
Como o maior temor dos estrategistas americanos é que armas atômicas ou tecnologia nuclear caiam nas mãos de grupos terroristas como al Caeda, que não teriam o menor escrúpulo em usá-las, os EUA estariam escolhendo alvos para um bombardeio limitado destinado a destruir as principais instalações nucleares do Irã. Por isso, Baradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005 junto com sua agência, pediu mais tempo.
O agravamento da crise iraniana fez o preço do barril de petróleo passar de US$ 70.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
Nelson
Segundo o diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, o programa de energia atômica iraniano é pacifico. Pode até nem ser, mas a meu ver, quem gosta de usar energia nuclear com fins bélicos, são os que anunciaram os ataques contra a antiga Pérsia.
Um abraço
Marco Aurélio
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