terça-feira, 19 de abril de 2016

Atentado terrorista mata 28 pessoas na capital do Afeganistão

A explosão de um caminhão-bomba seguida de um ataque com fuzis e metralhadoras causou a morte de pelo menos 28 pessoas e deixou mais de 300 feridas na manhã de hoje em Cabul, a capital do Afeganistão. O milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) reivindicou a autoria do atentado.

Com o fim do rigoroso inverno afegão, os Talebã anunciaram na semana passada o lançamento de sua "ofensiva de primavera". O alvo hoje foi o bairro de Pul-e-Mahmud, onde ficam o Ministério da Defesa, outros ministérios e quartéis, em meio a residências, lojas, mesquitas e escolas.

A primeira explosão foi tão violenta que um policial declarou ter ficado surdo por 20 minutos. Vidraças foram quebradas a até 1,6 quilômetro de distância. O objetivo foi gerar uma situação de caos na hora de maior movimento da manhã para facilitar a ação do resto do grupo.

"Um terrorista suicida detonou um caminhã-bomba parado num estacionamento público próximo a um prédio público", descreveu o chefe da polícia de Cabul, Abdul Rahman Rahimi, em entrevista à Agência France Presse (AFP). "O segundo atacante iniciou em seguida um tiroteio com a polícia até ser baleado e morto."

O Afeganistão está em guerra há 37 anos, desde a invasão soviética no Natal de 1979. A Milícia dos Talebã surgiu em 1994, no vácuo de poder deixado pela retirada da União Soviética, em 1989. A partir daí, grupos extremistas muçulmanos apoiados pelos Estados Unidos, Arábia Saudita, a China e o Paquistão começaram a disputar o poder.

Com o apoio do serviço secreto do Paquistão, os Talebã impuseram alguma ordem e tomaram o poder na capital em 1996. Em outubro de 2001, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão para vingar os atentados de 11 de setembro, cometidos pela rede terrorista Al Caeda, que tinha suas bases no país.

A Guerra do Afeganistão é a mais longa da história dos EUA. Desde sua primeira campanha presidencial, em 2008, o presidente Barack Obama promete retirar as forças americanas do país. Com o caos na Líbia, no Iraque e na Síria, e a infiltração do Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Afeganistão, Obama decidiu manter 9,8 mil soldados americanos no país.

Desde a retirada da maioria das forças internacionais lideradas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 2014, os talebã se fortaleceram.

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