Depois de uma longa viagem em que fugiu por terra até a Colômbia e de Bogotá tomou um avião para Madri, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma chegou hoje à Espanha, noticiou o jornal espanhol El País. Ele entrou oficialmente como turista, com o direito de ficar até 90 dias no país.
Logo depois de cruzar a fronteira, da cidade de Cúcuta, Ledezma deu entrevista à Rádio Caracol: "Não dá para perder a esperança. Esta é a grande virtude do povo venezuelano." As autoridades colombianas disseram não haver nenhuma ordem internacional de prisão nem pedido formal de detenção do ex-prefeito.
"Minhas saudações a Antonio Ledezma, referência moral da Venezuela, agora livre para liderar a luta desde o exílio para a instauração de um regime democrático em seu país", escreveu no Twitter o secretário-geral da Organização dos Estados Americano (OEA), Luis Almagro, ex-ministro do Exterior do Uruguai.
Agentes do Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin) cercaram a casa de Ledezma e tentaram invadir a residência durante a madrugada. Tarde demais.
Ledezma, líder da Aliança Povo Bravio, foi preso pela primeira vez em 2015, acusado de incitar à violência durante as manifestações de fevereiro daquele ano, quando pelo menos 43 pessoas foram mortas, a maioria, suspeita-se, devido à ação das forças de segurança governamentais e das milícias populares aliadas ao regime chavista.
Depois de ficar quatro meses na prisão militar de Ramo Verde, por motivos de saúde, o ex-prefeito foi para prisão domiciliar. Foi detido de novo em Ramo Verde por três dias em agosto por defender o boicote à Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima convocada pelo ditador Nicolás Maduro para tirar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, onde a oposição tem ampla maioria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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