quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Terrorista da ciclovia se radicalizou nos EUA, diz governador de NY

O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou hoje que o usbeque Sayfullo Saipov era ligado à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mas se tornou extremista nos Estados Unidos.

Desde que foi revelado que o terrorista que matou oito pessoas ontem em Nova York era um imigrante do Usbequistão, o presidente Donald Trump responsabilizou uma loteria de imigração que permitiu sua entrada, prometendo aumentar o rigor na análise dos pedidos de asilo. 

"É um covarde depravado associado ao Estado Islâmico que se radicalizou nos EUA", declarou o governador. "Foi depois da chegada aos EUA que começou a se informar sobre o EI e o Islã radical."

As autoridades acreditam que Saipov preparou o atentado durante semanas e que tinha ligações com o grupo terrorista porque deixou uma nota dizendo que "o Estado Islâmico vai durar para sempre", destacou o subchefe de polícia da cidade de Nova York, John Miller.

"Ele fez isso em nome do EI", assegurou Miller. "Parece ter seguido exatamente as instruções que o EI pôs nas redes sociais com instruções a seus seguidores sobre como realizar estes ataques."

Ontem, Trump foi rápido ao querer faturar politicamente em cima da tragédia: "Acabo de ordenar ao Departamento de Segurança Interna o reforço do programa de análise rigorosa" dos candidatos à imigração. "Ser politicamente correto é bom, mas não neste caso", citou o jornal The Washington Post.

Hoje, o presidente acusou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, eleito por Nova York, de ser um dos responsáveis pela loteria da imigração, em que os candidatos são sorteados, introduzida em 1990 no governo republicano de George Bush (1989-93) com apoio bipartidário.

"O terrorista entrou no nosso país através do Programa de Loteria para Diversidade de Vistos, uma beleza de Chuck Schumer. Quero baseado no mérito", escreveu Trump no Twitter, citado pelo jornal The New York Times.

Schumer reagiu imediatamente: "O presidente Trump, em vez de politizar e dividir os EUA, o que ele sempre parece fazer em momentos de tragédia nacional, deveria estar focando na solução real - financiar o antiterrorismo -, que ele propôs cortar no seu último orçamento. Estou convocando o presidente a rescindir imediatamente os cortes propostos neste financiamento vital antiterrorismo."

Há poucos minutos, o presidente culpou o "politicamente correto" de nos paralisar e pediu uma Justiça mais dura e mais rápida. Ele pediu ao Congresso que acabe com o programa de loteria de vistos de imigração e sugeriu que Saipov deveria ser enviado para o centro de detenção ilegal instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba.

No início da guerra contra o terrorismo, em 2002, o governo George W. Bush mandou presos para Guantânamo para lhes negar os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra. O presidente Barack Obama prometeu fechar a prisão, mas nunca teve apoio político para isso.

O Usbequistão não está na lista de países muçulmanos cujos cidadãos Trump quer impedir de entrar nos EUA.

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