sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Estado Islâmico reivindica autoria do atentado à ciclovia em Nova York

Sem apresentar qualquer prova, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou hoje a responsabilidade pelo ataque em que oito pessoas foram mortas e 12 feridas numa ciclovia do Sul da Ilha de Manhattan, em Nova York, descrevendo o usbeque Sayfullo Saipov como um "soldado do califado" em seu jornal semanal Al-Naba, noticiou a agência de notícias Reuters.

O Estado Islâmico costuma assumir a glória por todo ataque terrorista contra alvos ocidentais. Até mesmo o atirador que matou 58 pessoas em Las Vegas, sem qualquer antecedente de contato com extremistas muçulmanos, foi apresentado como um militante jihadista. A milícia deve achar que serve a seus propósitos de propaganda.

Foi o pior atentado terrorista em Nova York desde o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. Saipov tinha mais de mil vídeos e imagens de propaganda do Estado Islâmico em seu celular e deixou uma nota dizendo que "o EI vai viver para sempre". Mas tudo indica que foi apenas inspirado pelo grupo e que se radicalizou via Internet depois de chegar aos Estados Unidos, em 2010.

Saipov conseguiu o direito de residência nos EUA através de uma loteria de vistos de imigração aberta a países com pouca migração para os EUA. Depois de ter sido sorteado, as autoridades americanas investigaram sua vida pregressa com o apoio do governo do Usbequistão, de onde ele veio.

O terrorista não apresentava nenhum sinal de radicalização. Não era grande frequentador de mesquitas nem vivia citando o Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. Nos EUA, inicialmente foi para o estado de Ohio, onde há uma grande comunidade de imigrantes usbeques. Depois se mudou para a Flórida e agora morava em Paterson, no estado de Nova Jérsei, vizinho de Nova York.

De acordo com a denúncia, Saipov declarou no interrogatório policial ter se inspirado vendo vídeos de propaganda do EI no seu telefone. Ele disse estar se sentindo bem com a realização do atentado e pediu permissão para colocar uma bandeira da milícia terrorista no seu quarto no Hospital Bellevue, onde se recupera do tiro que o imobilizou na hora de prisão.

O presidente Donald Trump o chamou de "animal degenerado" e pediu a pena de morte para o terrorista. Como ela não existe na legislação do estado de Nova York, Saipov teria de ser condenado pela lei federal.

Trump chegou a a ameaçar mandar Saipov para o centro de detenção ilegal instalado em 2002 na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, para lhes negar os direitos garantidos na Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra. Também quer o fim do programa de loteria de vistos de imigração.

Nos últimos dias, o FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, localizou outro usbeque, Mukhammadzoir Kadirov, de 32 anos, suspeito de ser colaborar de Saipov, que telefonou para ele imediatamente antes do ataque.

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