Com o aquecimento global, o risco de grandes desastres provocados pelo colapso de grandes obras de infraestrutura pode aumentar três vezes nos anos 2020s e 10 vezes até o fim do século 21, adverte um estudo publicado hoje pelo Centro de Pesquisas Conjuntas da Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia.
Nas últimas três décadas, cerca de 90% das catástrofes naturais foram causadas por eventos climatológicos, e eventos extremos tendem a se multiplicar em função do agravamento do efeito estufa.
Os sistemas de comunicações e transportes, abastecimento de água e geração de energia serão os mais atingidos. Pela primeira vez, o estudo Escalada do impacto do clima extremado sobre infraestruturas críticas da Europa calcula o prejuízo financeiro esperado.
A pesquisa examinou sete fenômenos climáticos: ondas de frio e de calor, enchentes e inundações em costas e rios, secas, incêndios selvagens e tempestades de vento.
Hoje, o impacto previsto na Europa é de um prejuízo de 3,4 bilhões de euros (R$ 12,95 bilhões) por ano. Nos anos 2020s, pode chegar a 9,3 bilhões (R$ 35,4 bilhões). Nos anos 2050s, a 19,6 bilhões de euros (R$ 74,64 bilhões). Nos anos 2080s, pode ir a 37 bilhões de euros (R$ 141 bilhões) por ano.
O setor de energia perde hoje meio bilhão de euros (R$ 1,9 bilhão) por ano. Este prejuízo pode chegar a 8,2 bilhões de euros (R$ 31,23 bilhões) nos anos 2080s. No setor de transportes, os danos devem passar dos atuais 0,8 bilhão (R$ 3,05) para 11,9 bilhões de euros (R$ 45,32 bilhões) até o fim do século. O total equivale a 0,12% hoje a 1,37% no futuro do investimento na formação de capital fixo.
Todas as regiões serão atingidas, mas a distribuição geográfica das catástrofes será desigual, com maior impacto no Sul, Sudeste e Sudoeste da Europa, onde as secas e ondas de calor serão mais rigorosas.
Enquanto no Norte da Europa os danos correspondem a menos de 1% do investimento total na formação de capital fixo, nos países do Sul esses percentuais são bem maiores: Croácia (5,21%), Grécia (4,43%), Espanha (4,32%), Portugal (4,29%) e Eslovênia (3,01%).
As áreas costeiras e ribeirinhas estão entre as áreas mais críticas. Além dos países citados acima, isso inclui regiões do Leste, do Centro e do Oeste da Europa, nas Ilhas Britânicas, na Polônia, na República Tcheca, na Bulgária e na a Romênia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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