Dezoito dias depois de anunciar sua demissão pela TV na Arábia Saudita denunciando tentativas de assassinato, o primeiro-ministro Saad Hariri anunciou hoje que suspende sua decisão para discutir o futuro do Líbano com outros líderes políticos.
Hariri voltou ontem a Beirute para participar hoje das comemorações da independência do Líbano, em 1943. A percepção no Líbano é que ele pediu demissão a pedido do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed ben Salman, para pressionar a milícia extremista muçulmana xiita Hesbolá (Partido de Deus), financiada, armada e treinada pelo Irã.
A demissão aumentou a tensão no Líbano, apesar da luta constante do país para não ser contaminado pela guerra civil na vizinha Síria. O líder do Hesbolá, xeique Hassan Nasrallah, e seu aliado, o presidente Michel Aoun, acusaram o regime saudita de sequestrá-lo.
Antes de voltar, Saad Hariri foi à França, a antiga potência colonial, e ao Egito.
Por um acordo para a divisão do poder no Líbano, o presidente é cristão, o primeiro-ministro muçulmano sunita e o presidente do Parlamento muçulmano xiita.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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