O vice-governador democrata Ralph Northam, um médico e veterano do Exército dos Estados Unidos, venceu ontem a eleição para governador do estado da Virgínia, enquanto o ex-diretor do banco Goldman Sachs Philip Murphy vai governar Nova Jérsei, acabando com a era de oito anos do republicano Chris Christie, próximo do presidente Donald Trump.
Foi a primeira grande derrota de Trump nas urnas, um ano depois de sua vitória histórica, observou o jornal The New York Times. Northam superou uma campanha marcada pela divisão racial da governo Trump para vencer com 54% dos votos. Da Coreia do Sul, o presidente acusou o republicano Ed Gillespie de não seguir suas ideias.
Trump perdeu na Virgínia em 2016 por cinco pontos percentuais. É extremamente impopular no estado. A campanha de dois candidatos das máquinas partidárias era morna até Gillespie tocar em temas trumpistas como imigração e os símbolos da Guerra Civil (1861-65). A Virgínia fazia parte da Confederação dos Estados do Sul, que pretendia se separar da União por não aceitar o fim da escravidão.
Esse discurso divisionista foi rejeitado pela elite econômica. Gillespie foi amplamente derrotado nos distritos mais ricos, onde os republicamos costumam vencer. As pesquisas de boca de urna indicam que a maioria dos eleitores está mais preocupada como o fim do programa de saúde do governo Obama de que com a imigração e a criminalidade.
Em Nova Jérsei, depois de um tumultuado governo de oito anos de Chris Christie, Philip Murphy também resistiu às provocações sobre raça, imigração e criminalidade para se eleger governador com 56% dos votos prometendo salário mínimo de US$15 por hora, a legalização da maconha e leis mais duras para a venda e o porte de armas. Sua rival, a vice-governadora Kim Guadagno acenou com a queda do imposto sobre propriedade.
A eleição em Nova York foi para prefeito. O democrata Bill de Blasio foi eleito com 66% dos votos, com o sucesso no programa para garantir o acesso de todas as crianças à pré-escola a partir dos 4 anos e a redução ainda maior na criminalidade em Nova York, hoje uma das cidades mais seguras dos EUA.
No Maine, no extremo Nordeste dos EUA, a votação foi para saber se o estado deve ampliar o acesso ao programa de saúde para os pobres Medicaid dentro da Lei de Cobertura de Saúde a Preços Acessíveis. Será o primeiro estado a submeter o Obamacare diretamente ao julgamento das urnas.
O Maine é um dos 19 estados onde governadores ou assembleias legislativas republicanas rejeitaram a ampliação do Medicaid dentro do Obamacare. O apoio ao programa de Obama ganhou com 59%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Democratas ganham eleições para governador em derrota de Trump
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