O bilionário e ex-presidente Sebastián Piñera, da aliança direitista Chile Vamos, venceu hoje o primeiro turno da eleição presidencial chilena, mas terá de disputar o segundo turno, em 17 de dezembro, com o sociólogo, apresentador de televisão e senador socialista Alejandro Guillier, da coalizão Nova Maioria, de centro-esquerda.
Com 99,6% das urnas apuradas, Piñera lidera com 2,408 milhões de votos (36,6%), seguido de Guillier com 1,491 milhão (22,7%) e da jornalista Beatriz Sánchez, da esquerdista Frente Ampla, que dividiu a coalizão que derrubou a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-90).
Mais uma vez as pesquisas erraram. Chegaram a dar até 45% das preferências a Piñera e entre 10% e 15% a Sánchez. Ele ficou bem abaixo disso. Ela supreendeu. Está com 1,332 milhão de votos (20,3%).
Os outros cinco candidatos vêm bem atrás. Com 521 mil votos (7,9%), o direitista independente José Antonio Kast já prometeu apoio incondicional a Piñera no segundo turno. A democrata-cristã Carolina Goic reconheceu o mau desempenho, com 386 mil votos (5,9%), e não quis apoiar ninguém. Marco Enríquez-Ominami, um dia considerado uma jovem promessa da política chilena, está em 375 mil votos (5,7%).
Na ultraesquerda, Eduardo Artés, da União Patriótica (UP), prometeu fazer um governo ainda mais radical do que a Unidade Popular de Salvador Allende (1970-73), derruba no golpe do general Pinochet. Tem até agora 33,6 mil (0,5%), enquanto Alejandro Navarro, a aliança País, fecha a fila com 24 mil votos (0,4%).
Como o voto não é obrigatório desde 2012, o comparecimento às urnas foi de 46,5%, menos da metade dos 14 milhões de eleitores inscritos.
Desde a queda da ditadura de Pinochet em 1990, a coalizão liderada por democratas-cristãos e socialistas governou o Chile, com a exceção do primeiro governo Piñera (2010-14). Agora, pela primeira vez, disputou uma eleição presidencial com dois candidatos.
O resultado surpreendente de Beatriz Sánchez fortalece a Frente Ampla, que sextuplicou sua bancada de deputados, e se qualifica para ter uma papel importante no segundo turno. Refazer a aliança anti-Pinochet parece a única maneira de evitar a vitória da direita.
A aliança Chile Vamos obteve 46% das cadeiras na Câmara e as pesquisas sobre o segundo turno apontam a vitória de Piñera.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 19 de novembro de 2017
Piñera e Guillier vão para o segundo turno no Chile
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