Depois de uma pausa de dois meses e meio, em mais um desafio à sociedade internacional, a Coreia do Norte fez hoje o 23º teste de mísseis do ano, provocando a reação imediata dos Estados Unidos, do Japão e da Coreia do Sul. É mais um sinal da determinação do ditador Kim Jong Un de desenvolver um míssil nuclear capaz de atingir o território continental dos EUA.
O míssil de longo alcance voou 53 minutos, chegando a uma altitude de 4,48 mil quilômetros, e caiu na zona econômica exclusiva do Japão, no Oceano Pacífico, a cerca de mil quilômetros de distância da base de lançamento. O governo japonês pediu a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Departamento da Defesa dos EUA (Pentágono) confirmou se tratar de um míssil balístico intercontinental. Neste último teste, o míssil "foi mais alto, francamente, do que em qualquer lançamento anterior", observou o secretário da Defesa, James Mattis. É parte de um esforço para construir mísseis "capazes de atingir qualquer parte do mundo".
Se a trajetória do míssil fosse programada para atingir a maior distância, ele poderia viajar até 13 mil km, afirmou David Wright, co-diretor do programa de segurança global da União de Cientistas Preocupados. Isso não significa que a Coreia do Norte tenha capacidade de miniaturizar uma bomba atômica, colocá-la no nariz do míssil em condições de resistir à reentrada na atmosfera. Mas é uma questão de tempo.
Analistas militares do Pentágono acreditam que o regime comunista norte-coreano já tem condições de atacar Washington, a capital do país, que fica a 10.960 km de Pionguiangue, e o resto do território americano - e ignora as advertências do presidente americano, Donald Trump.
"Vamos cuidar disso", declarou Trump aos repórteres na Casa Branca, prometendo "lidar com a situação". O presidente insiste que todas as possibilidades estão na mesa, inclusive uma ação militar, mas seus generais são contra porque uma nova guerra da Coreia arrasaria a região de Seul, a capital sul-coreana, uma cidade de 25 milhões de habitantes, e deixaria pelo menos 1 milhão de mortos.
O secretário de Estado, Rex Tillerson, declarou hoje que "as opções diplomáticas continuam viáveis e em aberto, por ora". E arrematou: "Os EUA permanecem comprometidos em encontrar um caminho pacífico para desnuclearizar a Coreia do Norte e acabar com suas ações beligerantes." Mas o regime stalinista de Pionguiangue está determinado a não abandonar as armas nucleares.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário