terça-feira, 21 de novembro de 2017

Governo Trump retira proteção temporária a imigrantes do Haiti

O governo Donald Trump deu ontem um ano e meio para saírem do país 50 mil haitianos que vivem nos Estados Unidos sob "proteção temporária" por causa do Terremoto de Porto Príncipe, noticiou o jornal The Washington Post. Mais de 200 mil pessoas morreram no tremor 7 graus na Escala Richter que arrasou a capital do Haiti em 12 de janeiro de 2010.

A decisão anunciada pelo Departamento de Segurança Interna por causa do fim das "condições extraordinárias" que a justificavam agrada ao eleitorado e aos políticos anti-imigração. Eles alegam que o objetivo nunca foi dar residência permanente aos refugiados do terremoto do Haiti.

"Desde o terremoto de 2010, o número de pessoas desalojadas no Haiti caiu 97%", declarou a secretária interina de Segurança Interna, Elaine Duke. "Foram dados passos significativos para melhorar a estabilidade e a qualidade de vida dos cidadãos haitianos, e o Haiti é capaz de receber com segurança o retorno de seus cidadãos."

O Brasil liderou a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), que garantiu a segurança do país de 2004 até outubro de 2017. Depois do terremoto, a sociedade internacional prometeu US$ 10 bilhões ao Haiti.

Quando o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, esteve no Rio de Janeiro, em junho de 2010, participando do Terceiro Fórum da Aliança de Civilizações, perguntei, em entrevista à TV Brasil, se mais uma vez o mundo iria falir o Haiti.

"Não, de jeito nenhum", reagiu o então secretário-geral. "A paz, a reconstrução e o desenvolvimento do Haiti são prioridades da ONU. Mais uma vez, o Brasil está na vanguarda, liderando esta campanha não apenas financeiramente, mas fornecendo soldados, policiais e o comandante da força de paz da ONU no Haiti. O ex-presidente Bill Clinton e o primeiro-ministro haitiano, Max Bellerive, são co-presidentes da comissão de reconstrução. Vamos construir um Haiti melhor. É nosso compromisso."

Mais uma vez, a sociedade internacional ficou devendo, a julgar pelo número de haitianos que entraram no Brasil e não têm a menor intenção de voltar a seu país de origem.

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