quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Banco da Inglaterra eleva juros pela primeira vez numa década

O Banco da Inglaterra, banco central do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, aumentou hoje sua taxa básica de juros pela primeira vez desde julho de 2007, de 0,25% para 0,5% ao ano. Deve fazer duas elevações graduais de 0,25 ponto percentual até o fim de 2020. Com a notícia, a libra esterlina caiu 1,7% para 1,121 euro e 1,4% para US$ 1,306.

A medida, aprovada por 7 a 2, visa a controlar a inflação, que chegou a 3% ao ano em setembro. Está acima da meta fixada pelo ministro das Finanças, de 2% ao ano, num momento em que há uma expectativa de crescimento mais lento da economia britânica com a saída do país da União Europeia (UE), em março de 2019.

"O ritmo em que a economia pode crescer sem gerar pressões inflacionárias caiu em relação ao normal antes da crise", declarou o presidente do banco, o canadense Mark Carney. "Nos próximos anos, um aumento da demanda modesto deve usar a pequena capacidade ociosa remanescente na economia. A pressão inflacionária doméstica tende a crescer."

Enquanto a Zona do Euro cresce em ritmo de 2,5% ao ano e os Estados Unidos de 3% ao ano, na sua última análise conjuntural trimestral, o Banco da Inglaterra reduziu o potencial de crescimento do Reino Unido para 1,5% ao ano, bem abaixo da média de 2% a 2,25% anterior à crise e à expectativa da Brexit (saída britânica).

Com a alta nos juros, o Banco da Inglaterra segue a tendência dos grandes bancos centrais de retirar gradualmente os estímulos adotados para combater a Grande Recessão, a crise internacional deflagrada em setembro de 2008 pela falência do banco de investimentos americano Lehman Brothers, como sinalizou mais uma vez ontem a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA.

"A economia mundial está bombando na maioria dos cilindros. Vai indo muito bem", comentou Carney. "Não surpreende que a política esteja mudando. O Reino Unido está participando menos desta alta. Estamos passando por um período incomum de performance abaixo do esperado".

É a incerteza gerada pela Brexit. "Qualquer resolução sobre a natureza e a transição do futuro relacionamento do Reino Unido com a UE, até onde afetar o comportamento dos lares, das empresas e dos participantes do mercado financeiro, levará a uma reavaliação imediata da perspectiva econômica", alertou o presidente do Banco da Inglaterra.

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