A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante sofreu hoje dois golpes que tiram do mapa o califado proclamado em junho de 2014, depois da tomada de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana.
O Exército da Síria e milícias aliadas conquistaram Deir el-Zur, a última cidade grande em poder do grupo, enquanto forças do Iraque tomavam o posto de fronteira de Hussaibá, informou o jornal britânico The Guardian.
"As Forças Armadas restauraram a estabilidade e a segurança em Deir el-Zur", anunciou um porta-voz militar sírio na televisão estatal. "Deir el-Zur representa a fase final da completa eliminação do Daech", a maneira pejorativa de se referir ao Estado Islâmico em árabe.
A cidade, acrescentou, "era o quartel-general da liderança da organização. Perdendo-o, eles perdem a capacidade de dirigir operações terroristas."
Deir el-Zur é a sétima maior cidade síria, a maior do Leste do país e o centro da principal região produtora de petróleo da Síria. Seca assim também uma fonte de recursos para o Estado Islâmico. Agora, Abu Kamal, do lado sírio da fronteira, é a única cidade com alguma importância ainda dominada pelo EI.
No seu auge, o califado controlava uma área do tamanho da Grã-Bretanha, com cerca de 8 milhões de pessoas. Em outubro, caiu sua capital, Rakka, na Síria. À medida que são liberadas desse reino do terror, suas vítimas revelam histórias macabras.
Com a intervenção militar da Rússia e sua poderosa Força Aérea, a partir de 30 de setembro de 2015, a ditadura de Bachar Assad retomou a iniciativa na guerra civil iniciada em março de 2011. Hoje, controla a maior parte do país.
Uma exceção é uma faixa na fronteira norte com a Turquia onde as Forças Democráticas Sírias, uma milícia majoritariamente curda apoiada pelos EUA. Com o colapso do Estado Islâmico, em breve estas forças vão se encontrar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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