domingo, 26 de novembro de 2017

Israel ameaça destruir posições do Exército do Irã perto de sua fronteira

O governo de Israel ameaça atacar instalações do Exército do Irã em território sírio até uma distância de 40 quilômetros da fronteira com Israel nas Colinas do Golã, revelou o jornal kuwaitiano Al Jarida ao falar sobre as negociações para acabar com a guerra civil na Síria.

Durante uma visita de surpresa na semana passada a Sóchi, na Rússia, o ditador sírio, Bachar Assad, enviou uma mensagem ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, através do presidente russo, Vladimir Putin.

A Síria aceita a criação de uma zona desmilitarizada de 40 km de largura do seu lado da fronteira nas Colinas do Golã dentro de um acordo de paz, desde que Israel concorde com a manutenção de Assad no poder, rejeitada pelos Estados Unidos e a União Europeia.

De acordo com a reportagem, Putin ligou para Netanyahu para apresentar a proposta síria. O primeiro-ministro israelense teria aceitado o acordo, mas fez uma ressalva: Israel vai continuar lutando para erradicar a presença militar do Irã e da milícia extremista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) na Síria.

Israel acredita que Assad será o último presidente sírio da minoria alauíta, um ramo do xiismo. Com uma mudança no regime, a influência iraniana diminuiria. Para a República Islâmica do Irã, a aliança com a Síria e com o Iraque pós-Saddam, onde o poder passou para a maioria xiita, forma um arco xiita que permite projetar o poder do regime dos aiatolás até o Mar Mediterrâneo.

A Rússia também considera Assad um aliado importante. A base naval de Tartus era a única instalação militar russa no Oriente Médio e no Mar Mediterrâneo. Agora, Moscou tem também uma base aérea na Síria. A intervenção militar do Kremlin, a partir de 30 de setembro de 2015, foi fundamental para uma virada na guerra em favor do regime de Assad.

Durante a guerra civil na Síria, que matou cerca de 450 mil pessoas em seis anos e nove meses, Israel manteve relativa distância, mas respondeu a todos os ataques terrestres que atingiram seu território e invadiu o espaço aéreo sírio várias vezes para bombardear carregamentos e depósitos de armas que suspeitou serem para o Hesbolá.

Quando o regime sírio advertiu para as "repercussões perigosas" dos ataques israelenses, Netanyahu ameaçou bombardear o palácio presidencial, em Damasco.

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