Em mais um gesto ultrajante que provocou repúdio internacionalmente, o presidente Donald Trump divulgou hoje de manhã vídeos anti-islâmicos falsos difundidos pelo movimento de extrema direita Grã-Bretanha Primeiro. A oposição pede cancelamento da visita dos Estados Unidos ao país marcada para 2018.
Trump tem 44 milhões de seguidores no Twitter. Logo vieram as respostas e comentários. Um muçulmano britânico acusou o mesmo movimento de radicalizar o assassino da deputada britânica Jo Cox, morta durante a campanha eleitoral do ano passado.
Num dos vídeos, supostos extremistas muçulmanos destruíam uma estátua da Virgem Maria. Em outro, atacavam um garoto holandês de muletas. No mais terrível, um jovem é jogado de um telhado e espancado até a morte.
O viúvo da deputada, Brendan Cox, também reagiu negativamente: "Trump legitimou a ultradireita em seu próprio país, agora está tentando fazer o mesmo no nosso. Espalhar o ódio tem consequências e o presidente deveria ter vergonha de si mesmo."
Mais duro ainda foi o deputado negro David Lammy, da Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico: "O presidente dos EUA está promovendo um grupo extremista odioso, fascista e racista com líderes presos e condenados. Ele é um aliado ou amigo deles. Donald Trump, você não é bem-vindo no meu país e na minha cidade."
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, defendeu Trump alegando que ele "quer fronteiras seguras e fortalecer a segurança nacional. Se o vídeo é ou não real, a ameaça é real e é disso que o presidente está falando."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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