Duas semanas depois de sua surpreendente demissão anunciada pela televisão de Riade, na Arábia Saudita, o primeiro-ministro demissionário do Líbano, Saad Hariri, chegou hoje em Paris, onde foi recebido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, informou a televisão France 24.
Antiga potência colonial, a França convidou Hariri, que estaria sendo usado pelo novo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed ben Salman, na sua guerra indireta contra o Irã pela disputa da liderança regional no Oriente Médio.
Ao anunciar sua demissão, em 4 de novembro de 2017, Hariri acusou o Irã e a milícia extremista xiita Hesbolá (Partido de Deus) de tentar matá-lo. Seu pai, Rafik Hariri, foi morto num atentado atribuído aos serviços secretos da Síria em fevereiro de 2005. Ele fez fortuna quando morava na Arábia Saudita, onde nasceu Saad.
O líder do Hesbolá, xeique Hassan Nasrallah, acusou o governo saudita de sequestrar Saad Hariri, que é muçulmano sunita. O presidente libanês, Michel Aoun, um cristão aliado do Hesbolá repetiu a acusação nos últimos dias.
Macron foi a Riade encontrar Hariri e o príncipe MbS. Depois de encontro com o presidente francês em Paris, o primeiro-ministro declarou que vai voltar a Beirute para a festa da independência nacional, em 22 de novembro, e discutir a situação política com Aoun.
"Com respeito à situação política no Líbano, vou a Beirute nos próximos dias, vou participar das celebrações da independência, e é lá que vou tornar conhecidas minhas posição nestas matérias, depois de encontrar o presidente Aoun", anunciou Hariri.
Antes de sair da Arábia Saudita, Hariri negou ter sido mantido no país contra sua vontade.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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