Em sua primeira viagem ao exterior como presidente democraticamente eleito da Nigéria, o ex-ditador Muhamadu Buhari visita até amanhã o Chade e o Níger. Ao mesmo tempo em que expressa gratidão pelo apoio na guerra contra a milícia extremista muçulmana Boko Haram, Buhari está deixando claro que esses países não podem mais realizar ações militares em território nigeriano.
O novo presidente da Nigéria vai insistir na cooperação militar e no patrulhamento coordenado das fronteiras. A única maneira da estratégia de Buhari dar certo é priorizar a luta contra a insurgência do Boko Haram. Se o Chade e o Níger estiverem satisfeiros com o combate do Exército da Nigéria ao Boko Haram, não terão motivo para perseguir os rebeldes no país vizinho.
Maior potência econômica do continente e líder da África Ocidental, a Nigéria historicamente confiou nas suas Forças Armadas. Mas, no governo anterior, do sulista e cristão Goodluck Jonathan, o Exército estava mal preparado e mal equipado para enfrentar a guerrilha terrorista no Norte do país.
Como ex-general e membro da maior etnia nigeriana, hauçá-fulâni, Buhari não teme um golpe de Estado. Ele já teria imposto sua liderança sobre as Forças Armadas. Os mercenários sul-africanos que lideram os combates contra o Boko Haram em várias frentes voltaram para a África do Sul.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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