Em meio à crise provocada pelo projeto para declarar Israel oficialmente um "Estado judaico", o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu demitiu hoje os ministros das Finanças, Yair Lapid, e da Justiça, Tzipi Livni, contrários à proposta, e dissolveu o Parlamento. Cabe agora ao presidente convocar eleições antecipadas.
O projeto faz parte de uma ampla ofensiva da ultradireita israelense para enterrar definitivamente as negociações de paz para criar um Estado palestino e anexar a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém, negando à população árabe, hoje cerca de 20% do total, os mesmos direitos dados aos judeus israelenses.
Tanto o ex-presidente Shimon Peres e de líderes de partidos moderados como Lapid e Livni são contra a ideia. Por 16 a 5, os ministros do governo Netanyahu aprovaram a proposta, encaminhando-a para votação na Knesset, o Parlamento de Israel. Seus maiores defensores são os ultradireitistas Avigdor Lieberman, ministro do Exterior, e da Economia, Natali Bennett, contrários a qualquer concessão aos palestinos.
"Nas últimas semanas e especialmente nos últimos dias, os ministros atacaram intensamente o governo que lidero", afirmou Netanyahu. "Não vou tolerar ministros atacando a política do governo e seu líder dentro do próprio governo. É impossível governar um país dessa maneira."
Lapid, um ex-apresentador de televisão que fundou um partido de centro com a clara ambição de governar Israel, é candidatíssimo à vaga de Netanyahu, que tentará mais vender a imagem de que é o único líder capaz de administrar o país num momento de grandes riscos, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e do Estado Islâmico ao programa nuclear do Irã.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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