O secretário de Estado americano, John Kerry, deve falar hoje por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em mais uma tentativa de evitar o colapso do processo de paz no Oriente Médio. As três partes prometeram manter contato até o prazo final previsto, 29 de abril de 2014.
"Há um limite no que os Estados Unidos podem fazer", lamentou Kerry, lembrando que são os israelenses e palestinos que "têm de fazer acordos e tomar as decisões necessárias".
Uma reunião de nove horas entre os principais negociadores dos dois lados terminou às 4h de hoje pela hora local com berros e acusações mútuas. De nada adiantou o esforço conciliador do enviado especial americano, Martin Indyk.
Israel ameaçou aplicar sanções sem precedentes depois que o negociador Saeb Erekat se apresentou como representante da Palestina, um país reconhecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, ameaçando processar o Estado judaico por crimes de guerra em tribunais internacionais se as negociações não evoluíssem.
Furiosa, a ministra israelense para as negociações de paz, Tzipi Livni, quis saber por que a ANP pediu adesão a 15 organizações do sistema ONU horas antes de uma reunião do governo israelense para aprovar a libertação de um grupo de 26 prisioneiros palestinos cuja libertação estava acertada. A libertação dos prisioneiros está suspensa até a retirada dos pedidos.
Enquanto os palestinos pediam adesão ao sistema internacional para tentar obter a independência sem negociar diretamente com Israel, o governo Netanyahu autorizava a construção de mais de 700 casas numa colônia do setor árabe de Jerusalém, ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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