Sob pressão do regime comunista chinês, que se considera dono de todas as ilhas dos mares do Sul e do Leste da China, o presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, pediu apoio ao resto do mundo para resistir, comparando a ameaça chinesa às da Alemanha nazista para anexar a Tcheco-Eslováquia em 1938, antes da Segunda Guerra Mundial.
"Se dissermos sim a algo que consideramos errado agora, que garantias haverá de que o erro não será exacerbado no futuro?", desabafou Aquino em entrevista ao jornal The New York Times. "Em que ponto você diz: 'Basta!'? Bem, o mundo tem de dizer - lembrem que os Sudetos foram cedidos numa tentativa de apaziguar Hitler e evitar a Segunda Guerra Mundial."
Depois de criticar as declarações do líder filipino como "desafortunadas" e "inflamatórias", a agência oficial de notícias Nova China alegou, como sempre, que as reivindicações marítimas chinesas têm base na história e que "um líder filipino profissional e maduro faria mais por seu país tentando resolver as disputas territoriais com a China".
A China alega que mapas de centenas de anos justificam sua reclamação de soberania sobre o Mar do Sul da China ou Mar da China Meridional até a ilha de Bornéu, na Indonésia. Uso sua marinha de guerra de forma cada vez mais agressiva para ocupar ilhas, recifes e águas territoriais correspondentes.
Em janeiro de 2014, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, causou furor no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ao lembrar que a Alemanha e o Reino Unido entraram em guerra em 1914, apesar de fortes relações econômicas como a China e o Japão tem hoje. Os dois países disputam o arquipélago que os japoneses chamam de Senkaku e os chineses de Diaoyu.
O regime comunista chinês tem disputas territoriais com o Japão, Taiwan, as Filipinas, a Malásia, Brunei e o Vietnã. No ano passado, a China se arrogou o direito de patrulhar um enorme espaço aéreo sobre o mar incluindo regiões reivindicadas pela Coreia do Sul e o Japão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Presidente das Filipinas compara China a nazistas
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