Numa grave denúncia contra a conivência da Igreja Católica, o Comitê das Nações Unidas para os Direitos da Criança apelou ao Vaticano para que afaste imediatamente todos os religiosos envolvidos em escândalos sexuais e os denuncie à Justiça para que sejam julgados e punidos. A Santa Sé repudiou o que chamou de "tentativa de ingerência" da ONU em seus assuntos internos e nos ensinamentos da Igreja.
No relatório, a ONU declara estar "gravemente preocupada que a Santa Sé não tenha reconhecido a extensão de seus crimes nem haja tomado as medidas necessárias para encarar os casos de pedofilia e proteger os menores, e adotado políticas que dificultaram a investigação desses abusos e levaram à impunidade de seus autores", como a imposição de uma "lei do silêncio" e a transferência de suspeitos para outras paróquias.
A ONU exige que o Vaticano abra seus arquivos sobre investigações de escândalos sexuais, cumpra a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, de 1989, que assinou, e compense as vítimas padres, frei, curas e bispos tarados.
"Há uma violação da convenção até agora porque eles não fizeram tudo o que deveriam", afirmou a presidente do comitê, a diplomata dinamarquesa Kristen Sandberg na entrevista coletiva de lançamento do relatório.
O documento também critica as políticas do Vaticano sobre aborto, homossexualismo e controle da natalidade, o que motivou a reação da Santa Sé falando em ingerência nos ensinamentos da Igreja.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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