Uma missão de paz formada pelos ministros do Exterior da Alemanha, da França e da Polônia vai a Kiev amanhã encontrar o presidente Viktor Yanukovitch antes que a União Europeia (UE) tome uma decisão sobre como agir diante da violência política na ex-república soviética da Ucrânia, onde 26 pessoas foram mortas desde ontem.
Com o aumento da violência e a radicalização das posições, o objetivo maior da UE é evitar uma guerra civil. O governo começa a chamar os manifestantes de terroristas, numa tentativa de deslegitimar o movimento para esmagá-lo.
Os Estados Unidos e a UE ameaçam impor sanções se a repressão aumentar. Durante uma reunião de cúpula da América do Norte com o presidente do México e o primeiro-ministro do Canadá, o presidente Barack Obama fez um pelo ao Exército da Ucrânia para que não saia às ruas.
A oposição exige a queda de Yanukovitch desde novembro, quando ele abandonou, sob pressão da Rússia, negociações para associar a Ucrânia à UE. Nos últimos dias, o conflito se tornou especialmente violento.
Ontem a polícia de choque tentou desalojar manifestantes acampados há meses na Praça da Independência, no centro de Kiev. Foi o pior confronto desde que Ucrânia se tornou independente da União Soviética, em dezembro de 1991.
Cada vez mais autoritária sob o governo de Vladimir Putin, a Rússia tenta recriar o chamado império interior soviético, submetendo as antigas repúblicas da URSS ao controle do Kremlin.
No fundo, a luta é para libertar a Ucrânia do jugo imperialista da Rússia. Se os ucranianos tiverem sucesso, serão um bom exemplo para os russos se livrarem de seu "homem-forte", outra herança maldita do comunismo soviético.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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