Todos os ministros do Egito pediram demissão hoje, abrindo caminho para a ascensão do comandante das Forças Armadas, marechal Abdel Fattah al-Sissi, à Presidência em eleição prevista para abril. Como vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, ele precisava se desincompatibilizar
O presidente interino do governo formado pelos militares depois do golpe de 3 de julho de 2013, Adli Mansour, pediu ao primeiro-ministro Hazem el-Beblawi, um pau mandado da era Mubarak (1981-2011), para que continue administrando o país até a nomeação de um novo chefe de governo, informou o jornal egípcio Al-Ahram.
As Forças Armadas, que mandam no Egito desde a queda da monarquia, em 1952, estão tentando criar um governo supostamente civil dominado pelos militares depois de uma breve experiência democrática depois da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011. Tanto as eleições parlamentares quanto a presidencial foram vencidas pelo movimento islamita Irmandade Muçulmana, que depois do golpe foi declarado terrorista e ilegal.
Dois anos depois da revolução, os militares estão de volta e mesmo os militantes secularistas que lutaram pela democracia no Egito estão sendo perseguidos pelo renitente Estado policial. Não acredito que os democratas desistam, mas terão fazer outra revolução.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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