O grupo se reuniu num restaurante situado a cerca de 30 quilômetros dos locais de prova. De lá, saiu para a rua com roupas e balaclavas coloridas. Tentou fazer uma apresentação rápida, mas foi cercado por uma dúzia de milicianos cossacos, que quebraram um violão, arrancaram as balaclavas e chicotearam os membros da banda.
Quando a polícia chegou, interrogou várias pessoas. Ninguém foi preso.
Os cossacos são um povo do Sul da Rússia que, no século 19, se aliou ao império czarista para ajudar o país a conquistar a região do Norte do Cáucaso, onde fica Sóchi, até hoje assolada por conflitos nas repúblicas da Chechênia, do Daguestão e da Inguchétia, de maioria muçulmana.
A Olimpíada de Sóchi é a grande realização do presidente Vladimir Putin. O custo, de US$ 50 bilhões, a tornou a olimpíada mais cara da história, marcada por denúncias de corrupção e autoritarismo.
Putin está em guerra com a incipiente sociedade civil russa desde que as eleições parlamentares de dezembro de 2011 foram denunciadas como fraudulentas num momento de revolta como a Primavera Árabe. Há o temor de uma nova onda repressiva depois dos Jogos.
Nesse contexto de repressão crescente, a banda punk gravou o clip na catedral de Moscou em 21 de fevereiro de 2012 pedindo o fim da ditadura do homem-forte do Kremlin, oriundo do KGB, a polícia política da extinta União Soviética. Soltas por uma anistia dada por Putin como gesto de boa vontade antes dos Jogos, as roqueiras prometem continuar a luta "por uma Rússia sem Putin".
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